terça-feira, 24 de abril de 2007

Vanise Vergasta

Foto: Vanise Vergasta e Valdeck Almeida


Apresentar um poeta ao público leitor não é uma tarefa fácil. Poesia está fora de moda, como sensibilidade, amor ao próximo, solidariedade (despretensiosa), carinho, respeito, direitos humanos, dignidade, perseverança...

Conheci a poetisa Vanise através do amigo Lázaro Ramos. Vanise é uma pessoa daquelas que você passa na rua e percebe pela beleza, pelo sorriso, pelo carisma. Mas não se pode imaginar que por trás de uma pessoa tão forte, tão determinada, possa existir alguém tão romântica e sensível, a ponto de chorar ao ler uma história de alguém que ela acabou de conhecer. Pois é. Esta é a Vanise Vergasta que conheço! Uma pessoa que trabalha diuturnamente com emoções, que lapida emoções alheias, que garimpa palavras e que tem “de cor e salteado”, todas as suas mais de quatrocentas poesias. E olhe que ela se lembra das vígulas, dos pontos, das cedilhas, e também da data em que escreveu cada poema... Uma memória formidável. E uma MEMÓRIA dessa não pode e nem deve ser deixada de lado (como se faz com nosso patrimônio arquitetônico, artístico e cultural). Deve ser registrada, resgatada, publicada, antes que o tempo se encarregue de varrer para o passado distante.

Como eu falaria de Vanise? Falaria do livro “VI(vi) Vidas (no prelo)? Falaria da sagitariana de 05 de dezembro de 1961? Da Vanise que trabalha como voluntária no Projeto Criamundo do Hospital Juliano Moreira? O que eu falaria? De seus poemas, de sua memória extraordinária, de tudo o que já falei anteriormente, sem ser redundante e repetitivo? Eu declamaria aqui, LENDO (lógico, não tenho a memória que ela tem!) cada um dos seus poemas, e mesmo assim acredito que ainda faltaria muita coisa para ser dita. Pois esta poetisa de nascença (escreve desde os nove anos de idade) é um poço sem fundo de emoções, de talento e de inspiração, de onde surgem poesias como “Meu Casebre” (confira no livro) que fala do sonho da casa própria e de tantos outros que trazem à tona toda a beleza que somente uma mulher pode externar. Vanise é mãe, é filha, é BOAdastra (não gosto da palavra MAdrasta), é vizinha, é amiga, é voluntária de um projeto social, ela é Vanise Vergasta.
A Bahia está sabendo, agora, que existe uma nova estrela no céu do nosso Estado e que essa estrela, medrosa de não conseguir ser vista, busca refúgio em seu mundo literário e artístico... Não se esconda Vanise, esta é a hora de você dizer pra que veio, nesse Brasil que teima em ser insensível a pedras preciosíssimas como você, que nem mesmo necessita de lapidação!